O Ótico é o único profissional legalmente responsável pelas óticas. Atua também em laboratórios surfaçagem, montagem, como consultor óptico, representante comercial de empresas do ramo ótico, em centros de adaptação de lentes de contato. É de responsabilidade do óptico indicar para o cliente qual é o tipo de armação ideal inclusive de acordo com o formato do rosto e podem interpretar as prescrições de especialistas. Com relação à avaliação da função visual, o Ótico faz tomada da acuidade visual, utilizando aparelhagem e equipamentos apropriados e necessários. Quando se depara com casos patológicos, orienta o cliente a procurar um médico especializado. st Hoje temos conhecimento que a óptica já existia em meados de 300 a.C., triste é aquele que pensa que o nosso setor está apenas engatinhando e não sabe como é longa a estrada do segmento óptico. No dia 13 de dezembro comemoramos o Dia do Ótico, confira um breve histórico da arte de oferecer aos olhos instrumentos que auxiliam a ver o mundo com mais clareza e exatidão. O resgate da memória do segmento óptico revela o desejo natural de evolução dos homens. A visão, a refração e a reflexão da luz são fenômenos que sempre atraíram o ser humano. O polonês Witelo, no século XIII, descreveu em seu "Tratado de Óptica” uma história da Antiguidade conhecida na Europa medieval: os lendários espelhos de arquimedes que funcionaram como as primeiras lentes. Durante a antiguidade clássica, o termo "ocularium” era utilizado para designar os orifícios feitos nos elmos que protegiam a cabeça dos soldados para que pudessem enxergar. A palavra "óculos” é derivada do termo "ocularium”. Por volta do século IV a.C., Euclides escreveu a Óptica, com base na ideia de que o tamanho dos objetos era determinado pelo ângulo sob o qual eram olhados. Sabemos que, os cristais polidos já eram utilizados para aumentar o tamanho dos objetos e das letras. Por volta de 2280 a.C, as lentes de quartzo ou ametista eram utilizadas na China para observar estrelas. Aliás, a fabricação de vidros no período não ficou restrita a China. No mediterrâneo, os fenícios já dominavam a técnica do vidro. Durante o período medieval, a cultura letrada ficou restrita à Igreja. Foi entre os monges, em especial entre os monges copistas, que surgiu o primeiro par de óculos na Europa. O primeiro par de lentes com arcos de ferro unidos por rebites foi descoberto na Alemanha, durante o século XIII. Ainda nesse mesmo século temos já a fabricação de óculos em Florença. Este primeiro modelo era elaborado em forma de uma letra "V” invertida, com duas lentes presas por um rebite, apoiando-se no dorso do nariz sem as hastes laterais. As lentes eram de cristal de quartzo ou pedras semipreciosas. O inglês John Pecham difundiu bastante a Óptica e o próprio comércio de óculos quando escreveu um manual sobre o tema, muito popular na Europa Central. Os primeiros comerciantes de óculos eram geralmente joalheiros. O conhecimento técnico de ourivesaria e lapidação de jóias foi fundamental para eles. Os óculos eram encarados como um instrumento técnico e também como uma joia, e seu custo era alto. Eram fabricados principalmente em Veneza, como afirma o historiador italiano Trasselli. A popularização dos livros impressos estimulou a aptidão literária e temos um incremento na produção de óculos, que passam a ser encarados como um símbolo de sabedoria. Um dos primeiros registros da presença de óculos na colônia vem da coleção de Inventários e Testamentos do Arquivo Histórico do Estado de São Paulo e do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. A expansão das encomendas e da utilização de óculos no Brasil colonial deu-se durante o século XVIII. Os primeiros óculos começam a ser fabricados ainda totalmente artesanais, produzidos pelos chamados "técnicos oculistas” ou "oculistas mecânicos”, que chegavam vindos da Europa. O oculista mecânico Joseph Herschel, pioneiro no comércio de óculos no Brasil, nasceu na Alemanha, seu trabalho consistia em fixar moradia em determinada cidade de 90 a 120 dias, e durante este período anunciar a fabricação de óculos. Herschel levava consigo uma caixa de palavras com modelos de lentes. A caixa de provas e suas inúmeras lentes tinham como objetivo realizar a refração, para depois iniciar o processamento artesanal das lentes e a confecção dos óculos. A maioria dos oculistas que atuaram no século XIX no Brasil fazia suas armações de uma liga metálica. Utilizavam também ouro, prata e casco de tartaruga. A documentação sobre a vinda de Herschel ao país e os serviços por ele executados indica que, como técnico oculista bastante experiente, ele recebeu muitas encomendas de óculos de leitura, entre as quais a de um par para uma criança, feita pelo Dr. Roque Schuch. Essa criança era Dom Pedro II. É interessante que notar o imperador foi retratado em diversas imagens com seu inseparável par de óculos.
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